terça-feira, 28 de agosto de 2007

Posso ver sua bolsa, moça?


Em cada tempo uma indignação: agora foi com a segurança de um banco.
Saí de casa e no meio do caminho, um amigo pediu que lhe pagasse uma conta no banco.
Geralmente quando vou ao banco, facilito o trabalho de todos e não entro com uma bolsa cheia de badulaques. Porém desta vez, foi diferente: havia de tudo dentro de minha velha companheira.
Desta forma, ao passar pela porta, esta travou.
Nos lugares aonde eu poderia colocá-la (armários que ficam do lado de fora destas portas) havia muita frescura e desisti. Até mesmo porque não tinha um funcionário que pudesse me socorrer, o que para mim foi outra falha local.
Nesse instante, vendo minha confusão, o segurança simplesmente olhou-me e perguntou:
“_ Moça, se importa que eu olhe sua bolsa?”
Claro que não me importei, mas a coisa toda começou quando a abri: nela havia muitos objetos e o guarda somente a olhou “por cima”.
Fiquei indignada: o correto não seria pegá-la, revistá-la e depois me devolver?
Seria sim, pois ele viu o superficial: dentro dela, há um bolso de tamanho considerável e se eu fosse uma criminosa, teria entrado com uma arma no banco.
Meu celular estava no bolso traseiro da calça... e se não fosse um celular? E se fosse uma arma altamente e tecnologicamente desenvolvida?
Penso que precisamos contar mesmo é com a tal da boa sorte, ou da fé, pois segurança talvez exista somente para enganar o nosso psicológico.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

diversos-cultura

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para quem quer rir um pouco

Idade como inimiga




Há algum tempo, fui fazer uma inscrição num veículo famoso e encontrei-me barrada por causa de um detalhe: idade.
Eram aceitas inscrições para pessoas com até 25 anos.
Independente dos argumentos do veículo ou de qualquer outra coisa pensei no seguinte: eu sou jornalista, não modelo ou jogador de futebol. Não preciso ter idade para disputar uma vaga, ainda mais se minha imagem não for mostrada, porém, meus textos.
“Presume-se” que quanto mais velho for o profissional, mais conhecimento ele tem. Bom, só se for presumível nos quintos dos infernos, não no Brasil.
Se ainda se tratasse de imagem, de necessidades por pessoas de boas aparências, tudo bem, mas textos...
E o que acontece em seguida: você lê um bando de “criancinhas” escrevendo baboseiras, com uma péssima revisão, uma falta de profissionalismo desigual, mas ali, no topo.
A velha história que aprendi na escola de que devemos sempre ser o melhor, tornou-se lenda. Ou foi mentira mesmo e eu, muito ingênua, acreditei.
Os melhores profissionais que conheci e que estudaram comigo nem atuam em nossa área.
Vejo sim, um bando de filhinho de papai, ou a menininha que dá para o chefe –desculpe o termo, mas é isso aí- ou o menininho que dá para a chefe.
Na mínima porcentagem dos que conseguem, é encontrado a mínima porcentagem dos que conquistam seu lugar ao sol, à base da dignidade...
...e olhe lá; que não fiquem espertos estes pouquíssimos, que suas cabeças rolam, antes que saibam de onde veio o golpe.
E vamos nessa com a palhaçada do meu querido país: os bons estão passando fome, mudando de profissão, os maus, estão no topo.
Os velhos experientes jogados ao esquecimento e os novinhos em folha, belos robôs humanos.
Vai ver que sempre foi assim, vai quer que o ser humano fica velho e vai descobrindo o quão era bobo, ingênuo, abestalhado.
Durante um tempo eu sonhei em trabalhar num veículo –tv- justamente por causa disso: havia um bando de jovem que mal sabia falar. A interpretação era péssima, se confundia o tempo inteiro e depois de dois anos, até que dava para o gasto.
A primeira vez que vi um desses jovens, pensei: “nossa, eu tenho capacidade de trabalhar lá, sou melhor que ele; qualquer coisa é melhor que ele, então, eu consigo”. Tentei, mas não dei para ninguém, nem era amiga de amigo de amigo.
Era uma fábrica de lixo humano que se reciclava. Mas os assuntos eram interessantes, agora, nem os assuntos prendem mais.
A “fábrica”, como tudo no mundo, se vendeu e os assuntos também estão um lixo- anos atrás ainda tinha coisa boa.
Parece que este é mesmo o segredo do sucesso: ser lixo, não precisa ter inteligência, tem que ter futilidade. Ah, e ser novo também. Vinte e cinco anos pelo jeito é o limite. Naqueles pouquinhos anos atrás, eu ainda estava no limite.