segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VELHARIA

Na velharia meu povo sempre é pior que robô:
não sabe o que perde e crê não ter nada a perder.
Na velharia de sempre a lata de sardinha coletiva corre.


Não percebo se é burrice ou falta de cidadania,
mas ambas podem ser da mesma significância, não?

Na velharia de sempre,
alguém crê no futuro... que futuro? Já sou passado e não vi futuro algum.

Na velharia de sempre meu pobre povo burro segue.
É burro sim, não adianta o contrário.

É burro porque vejo a estupidez todos os dias na porta fechando do metrô e a ignorância querendo entrar,
na humilhação do coletivo das 18 que ninguém para pra protestar,
no aumento horrível do cifrão que o burro paga e acha bonito.

na velharia de sempre, na velharia do dia, cada dia mais me enraízo nesta estupidez, faço mais parte desta ignorância e cada dia mais sou minoria.

Meu grito abafa na multidão ignorante. Torno-me parte da minoria que quer gritar e que tem a voz abafada pela corrupção.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Amor aos Despedaços

Se soubesses o quanto mal me fazes
contrário ao que tão bem fizeste-me um dia.
Como machuca hoje meu coração,
sendo que no passado o entupira de alegria.
Disfarço risos pelas ruas
e gozo a alegria falsa de minha maravilhosa nova era.
E ninguem vê a dor de um coração despedaçado
que lá dentro esperando desespero
da esperança que já nao habita mais nas lembranças imortais
de nosso amor falsificado,
tanto quanto um perfume paraguio
que jamais eu tenha usado.
Se soubesses a falta que me fazes... talvez dalguma forma não faria.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ela e a Noite

Como noite serena ela chegou.

Não veio como chuva torrencial,


como paixão avassaladora,


que chega, destrói e vai embora.





Chegou como fim de tarde


quando os olhos percebem a vinda da noite.





Assim ela adentrou em meu coração.





O fim da tarde troca o cenário


do céu da cidade.


A escuridão do verão chega de mansinho


e assim ela chegou.





A noite escurece o mundo devagarinho,


muda mansamente a lua bela.


E bela como a lua,


tão bela quanto a lua,


ali estava ela.





Primeiro meus olhos a avistaram,


após,


pisou mansinho em meu coração.


Virou afeto, virou carinho, virou amor.





A noite chegou


e mostrou-se noite


com toda sua beleza e seu esplendor.


Com todo seu mistério, seu terror,


sua sensualidade,


gosto de sexo, glória e louvor.





Assim ela chegou.





Instalou-se em meu coração


com todo seu bem,


todo seu mal.


Se auto chamou de noite


nas ruas e tortura


de meu sentimento de amor.





como a noite se instala assim em mim,


se instalou.





Não acredita em meu amor,


não acredita em nada que sou.





Como noite, noite ficou.





E eu, uma alma da boemia chorosa,


por ela chorei de amor.












terça-feira, 9 de agosto de 2011

Suas Estradas

Me perdi e seus olhos, curvas e sorrisos.
Não consegui mais voltar.
Não consegui chorar mais quando seus braços me embalaram,enquanto seus dedos percorriam minha vida toda.


O que fez com minhas incertezas?
Me tirou dum abismo tão difícil de sair,o que fez com meu coração?

Me perdi em seus pensamentos incertos
e a única certeza que tenho agora é de sua vida somada à manhã.

Sua presença ilumina minha noite e torna-se o sol de minha manhã não mais sangrenta.
Me perdi em seu universo ceticamente encantado.

Criatura

Quando as mãos percorrem o insaciável
quando a noite chega e o corpo queima.
Quando a lua chama e inflama o corpo que se abre.
Quando o cio canta o canto da terra
e sente a guerra a lutar em meu corpo
que se desvendou fazendo algum esforço.
E nas linhas claras escrevi a vida.
E seu sorriso me deixou viver
fora das algemas que me enlamearam.
No momento raro que fez renascer.

Olhos Torturantes

Por onde andam seus olhos,
nas misturas de minhas confusões?
Meu ser que hoje é disperso
corre mais que o tempo real.
Seus olhos sorriem carinho,
meus olhos não querem sorrir, vão fugir e fugindo vão.
Cantam outros cantos minhas cordas,
olham com outros olhos minha arte interior.
E fogem!
Fogem dos encantos,
do feitiço,
do luar.
Seus olhos que não querem,
encantam meus batuques desconexos.
A solidão é agora amante de minh’alma de poeta.
Cúmplice de minha essência artística quando dança o Universo.
Seus olhos ternos de brandura,
olhos serenos que escondem o sofrível,
que buscam o impossível e sonham o intangível.
Brincam comigo numa oficina de brinquedos velhos.
Olham comigo o inimaginável.
É lua cheia e seus olhos não entendem.
Não entendem o quanto quero e só quero.
Refugio,
meus olhos vão para a lua e ouvidos ouvem o uivo da loba,
na mata,
na rua.
Seus olhos,
eu finjo,
que o sofrimento não não é comigo.


Deixe-me Ser

Deixe o meu futuro incerto, por favor.
Deixe eu caminhar no mundo, aonde for.
Deixe eu sentir a brisa,
o luar,
a noite sem me agendar.
Quero olhar as estrelas, ou o mar, olhar a cidade inteira
e escolher se vou caminhar na rua ou
‘baladear’.

Se vou sentir um beijo doce ou sozinha estar.
Só me deixe não ter nada para fazer.
Me deixe em paz,
me deixe escolher se quero ser livre ou me prender.

E isso só eu posso decidir:
ver se quero acordar para o outono ou se prefiro dormir durante o verão,
quando a vida toda alegre brinca em vão
ou prepara para tornar-se uma canção.

Deixe que eu decida o que vou fazer:
se amar para sempre ou viver em paz.
Se sentir o cheiro do amanhecer
ou a saudade que a noite me traz.
Deixe minha autenticidade florescer,
você foi um sonho bom mas acordei.
Como não se sonha o mesmo sonho,
deixe que eu vou viver.

Vago

Das lembranças,
dores incolores por rascunhos turvos de ensaios seus.
Em meus lábios gastos de motivos não aconteceu.

Uma vida em sonho
que não compreendestes,
não compreendi,
ninguém compreendeu.
Das lembranças sóbrias
não resta mais nada
além de minhas lágrimas
que não molham seu eu.

Saudade de Um Certo Alguém

Onde estará seu ser?
Da Liberdade para o desconhecido.
A saudade que o tempo não curou,
a distância que a vida não levou.
Saudade do tempo que não voltou.
Seu olhar nunca me deixou,
sua voz jamais se calou.
E mesmo assim você se foi.
Minhas ruas não possuem mais seus passos,
por todos esses anos senti falta de seus beijos e abraços.

Tantas

Por caminhos paralelos
tanto tempo eu andei.
Tantas raras oportunidades de encontrá-la
e não encontrei...
... derramando minha atenção a atenções vãs.
Tanto tempo ali presente
que em futuro eu transformei.
Tanta coisa para contar agora e nem sei por onde começar.
Tanto lugar para encontrar,
te conhecer sem nada saber.
Tantas perguntas,
tantas respostas,
tantos dias para uma nova vida construir.

sábado, 6 de agosto de 2011

TUA AUSÊNCIA

Tua ausência me parece a morte.
A morte que chega da pior forma.
A que não avisa quando vai chegar: não dá sinal de doença, somente chega.

Minha alma vazia, perdida,
não sabe para aonde correr.
Socorros não mais adianta pedir.

Sua despedida causou-me a dor da morte.

Em meu corçaão deixastes um corte,
a agulha do Tempo passou para costurar
e somente o Tempo para amenizar, não curar, somente amenizar.
Seu preenchimento me deixou vazia,
fez-me ser vadia pela avida afora.
Sou personagem de um certo amor nos tempos do cólera.

Tua ausência inteira deixou-me à mercê de passos de nada a caminho algum.

Tua ausência fez-me ser personagem vazio dum palco sem público.

Caminho seguindo ideal nenhum
lembrando de tempos das saudosas ruas
que agora nuas são de meu passado.

Meus pés arrastados por um conformismo
que necessitei aceitar
pois não tinha mais jeito;
não vi seu aviso, não dá pra voltar.

Do inesquecível agora resta te esquecer
e do impossível ganhei a ausência em lhe ter.

De meu horizonte
não mais vejo um anjo que sorriu para mim.
Coloco minha máscara e digo que estou melhor assim.
Mas as linhas da minha vida
é que sabem e tomam conta de meu coração,
que bate sem rumo,
acelera perdido como um andarilho que nao quer chegar.

Viro um quadro oco dum bonito tosco
que não brilha mais.
Palco de alegria
do passado que um dia
a vida não traz mais.

Parece mentira,
durmo com a ilusão e acordo com a verdade em meu coração:
realidade é outra: surpresas da vida são fatos irreais.

VI

Vi casas sendo reformadas
e gente andando em meio ao trânsito.
A música corria alta em meus ouvidos
e o sol brincava em nossa selva de pedra
que a cada dia mais pedra de selva, de selva empedrada, é.

O caos da manhã,
o mundo acordando,
o sol raiando tarde.

Vi mais um dia do universo em movimento
e um gato na janela de um terceiro andar
brincando com um pássaro na liberdade desta cidade
que me faz prisioneira de sua morada.

Vi poemas em cada pedaço desta cidade
com incidentes e acidentes de sua velha idade
nos túneis do tempo das ruas de sua eterna mocidade.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Corpos Mortos

Eram tardes confusas em minha solidão.
Eram seus olhos perdidos desbravando um mundo de nada.
Era seu riso preciso machucando o coração duma alma insana, estranha, desbravado.
Meu corpo pedia por sua alma inteira.
Meu corpo pedia por sua vida migalhada.
Meu corpo era toda vida despedida de um mundo negro,
vívido, frio e tenso dentro da madrugada.
Era seu hálito suspirando em minha boca
que desejava sua língua, sua vida, seu sangue turvo.
Era a noite em cantos longes, atitudes esplendidas da dor que a mim concedeu desde o primeiro beijo.
De toda trajetória que vivi sozinha,
de toda historia que construí um dia,
de todo seu gozo que fiz em nossos dias,
crescia-me o tormento de nossa solidão.
Eram os olhos brandos,
o sorriso cândido
da ingenuidade infeliz de outrora.
Corpos insanos, sofrimentos languidos,
por seu labirinto a mim concedido,
como se concede a um infeliz maldito o cárcere eterno
de seu amor macabro.

sábado, 21 de maio de 2011

DUETO URBANO EM GUARULHOS


Atelier da Comunicação apresenta:

Dueto Urbano
03/06/2011
21:00 horas

Teatro Adamastor Centro
Guarulhos

Av Monteiro Lobato, 734-Macedo
Informações: (11)70238576


Os meninos do Dueto Urbano retornam ao teatro Adamastor Centro, em Guarulhos para o show que será realizado no dia 03/06/2011, às 21:00.

Obtenha mais informações:
(11) 70238576
ou
dacomunicacao.atelier@gmail.com

segunda-feira, 16 de maio de 2011